terça-feira, novembro 06, 2007
Era uma vez um saloio. Vendia muito pão, a troco de água benta. Precisava de água benta para se benzer constantemente, pois o diabo espreita em cada olho que passa. Fazia pão de todos os formatos, com cores diferentes e pesos semelhantes. Pão de centeio, pão integral, pão sem farinha para as senhoras com medo de engordar, pão com sal, pão sem sal para os hipertensos, pão de mação, pão de ló. Pão para comer à mesa, pão para digerir sentado. Um pão por dia basta para nos mantermos felizes, gritava num eco estridente que atravessava a praça durante o dia e durante a noite, numa tentativa esforçada e persistente de atrair novos fregueses. Amassava o pão à noite e de manhã punha o avental, montava a bicicleta transmontana, enchia os pulmões e pedalava. Atirava os pães como os distribuidores de jornais, sem dó nem piedade, estes chocavam contra as portas das residências adormecidas e acordavam os habitantes das suas casas.
6 Comments:
Ora...o padeiro andava a fumar pouco...precisava de fumar mais....
Mais uma descoberta minha: também tens qualquer coisa de Gabriel García Márquez... ;)
Pergunta idiota de alguém que gosta de pão com leite condensado: pão com mel será bom? lol
Bjo
nao sei, mas aveia e mel e bom
Pão com mel é bom, então se for pão torrado e quente ainda melhor.
O pão que o Diabo amassou?
Porque é que o padeiro precisava de água benta?
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