Atravesso um deserto grande.
Com a textura de um pêssego.
A gota de água suspensa na garrafa transparente,
A minha língua encolhida no céu da boca.
Cada passo que dou é menos um a contar do fim,
Mas eu não sei onde pára o fim do meu deserto.
Cedo pousarei a cabeça junto à pedra,
Em busca de um qualquer sinal de reconforto à sombra.
Consigo finalmente repousar os meus pés suados.
No deserto o tempo escorre a conta gotas,
Como o passo lânguido do meu camelo.
A pressa esconde-se nas rochas,
Temos o dia inteiro para alcançar o fim.
sexta-feira, outubro 19, 2007
Blog onde tudo cai aos trambolhões, ou seja, nada faz sentido e a coerência é nula.
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4 Comments:
Sempre que leio um novo post teu fico a pensar nele.
Por dois motivos: porque escreves maravilhosamente, e porque não consigo descortinar por completo o sentido do que escreves.
Mas GOSTO desse véu enigmático das tuas palavras. Há sempre ali qualquer coisa...
Bjinho grande deste iletrado... lol
Realmente é enigmático!
Eu sei que é enigmático, mas por vezes nem eu própria sei bem o que significam estas palavras. É como se se tratasse de um sonho, estou a ter uma imagem de um filme por exemplo... É mais por aí... Claro que significados também terá de ter, mas sempre a um nível muito mais inconsciente.
Dou liberdade a cada um para retirar os significados que quiser.
Lindo
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