c Trambolhão: junho 2009

sexta-feira, junho 19, 2009

O meu país

Rosas de rios,

Verdes de ventos,

Terras estendidas,

Pescoços esticados,

A olhar em frente,

Para as ondas azuis desconhecidas.

Num território inquieto, sem dono e com irmãos forçados,

As bengalas são esquecidas,

As gentes esforçadas despertam a madrugada,

Enquanto os campos dormem em silêncio,

A cidade abre goelas,

E chora como uma criança perdida,

Que se perde na multidão.

Pragueja-se aqui um certo desamor,

O paladar não reconhece o vinho da aldeia,

As mãos apertam com força o colarinho da justiça,

As vitórias tropeçam nas escadarias do poder.

Mas os cordões estão soltos,

Libertaram-se as músicas,

Multiplicaram-se os poetas,

Os múrmurios rezam em liberdade.